domingo, 5 de julho de 2009

IDOLOS

Em meio a uma verdadeira constelação de craques, cujas estrelas nos levaram a inúmeras conquistas, apontamos a seguir, algumas delas.

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ADEMIR
Ademir Marques de Menezes
Posição: Centroavante, ponta de lança.
Período: 1942 a 1945 e 1948 a 1956.
Em 1938, quando a Seleção Brasileira passou pelo Recife, a caminho da Copa do Mundo da França, Ademir assistiu a um treino do Brasil e decidiu ser jogador de futebol. Impressionou a platéia carioca jogando pelo Sport de Recife, o que acabou determinando a sua contratação pelo Vasco. Ademir, com 301 gols em 429 jogos, acabou tornando-se o maior artilheiro da história do Vasco, até aparecer o Roberto Dinamite. Um jogador insuperável nas arrancadas com a bola sob controle, chamadas de "rush", o artilheiro usava os dois pés para o arremate a gol e com uma característica muito especial, não tomava distância da bola, o que acabava por surpreender zagueiros e goleiros.
O Queixada, apelido ganho em razão do queixo avantajado, logo virou ídolo consagrando-se no Expresso da Vitória. Foi titular absoluto da seleção brasileira, onde ocupava a posição de centroavante, tendo sido o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com oito gols. Ademir, ao marcar 35 gols em 41 partidas vestindo a camisa da seleção brasileira, ostenta uma das maiores médias de todos os tempos. No primeiro Campeonato Estadual, disputado no Maracanã, o Vasco sagrou-se campeão com dois gols de Ademir contra o América (Vasco 2x1 América). Ficou conhecido, também, como o carrasco do Flamengo, no qual quase sempre marcava gols.
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BARBOSA
Moacir Barbosa
Posição: Goleiro
Período: 1945 a 1955 e 1958 a 1960
Considerado, até o presente momento, o melhor goleiro da história do Vasco. Um goleiro arrojado, seguro, elástico, com extraordinário senso de colocação. Uma característica lhe era extremamente peculiar, agarrava vários pênaltis. Barbosa, sem dúvida alguma, vai figurar na galeria dos melhores goleiros brasileiros de todos os tempos. Jogou um longo tempo no Vasco, participando de inúmeras conquistas por duas décadas. Em especial teve atuação destacada na primeira conquista internacional do futebol brasileiro quando o Vasco sagrou-se Campeão Sulamericano de Clubes Campeões em 1948 no Chile.
Confirmando a fama de grande "pegador de pênaltis" Barbosa, na final do citado Sulamericano defendeu uma penalidade máxima cobrada por Labruna, do River Plate, garantindo o 0x0 que deu o título ao Vasco. Foi usado como bode expiatório da Seleção Brasileira na final da Copa do Mundo de 1950, uma injustiça que carregou por toda a sua vida.
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BELLINI
Hideraldo Luiz Bellini
Posição: Zagueiro central.
Período: 1952 a 1961
Sem dúvida alguma o maior capitão da história do Vasco. Descoberto num clube pequeno do interior paulista, Bellini chegou ao Vasco em 1951 e ainda pegou a fase final do Expresso da Vitória.
Jogador com a parte técnica limitada compensava com muita raça, seriedade dentro e fora do campo. Tinha uma liderança junto aos seus companheiros fantástica. Essa característica o levou a ser capitão da Seleção Brasileira campeã mundial em 1958. Ao levantar espontaneamente a taça Jules Rimet seu gesto ficou imortalizado, todos os capitães de seleções e clubes passaram a imitá-lo erguendo as taças com as duas mãos acima da cabeça.
Bellini vestiu a camisa do Vasco com muito amor, grandalhão, sem muita técnica, impunha respeito pela seriedade e lealdade com que enfrentava os atacantes adversários. Consagrou-se no Vasco e na seleção brasileira como um exemplo de dedicação e dignidade profissional.
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CHICO
Francisco Aramburu
Posição: Ponta esquerda
Período: 1942 a 1953.
Um ponta extremamente veloz, inteligente e valente, chutava forte com os dois pés, o que levava seus marcadores e goleiros adversários à loucura. Titular absoluto da camisa 11 do Expresso da Vitória, travava duelos memoráveis com seus inúmeros marcadores, especialmente com Biguá, lateral do Flamengo. Na seleção brasileira, Chico também jogava uma barbaridade e não se afugentava. No Sulamericano de 1946, em Buenos Aires, revidou uma entrada mais dura de um zagueiro argentino e na briga generalizada que se seguiu, apanhou da polícia argentina a golpes de sabre. Na Copa do Mundo de 1950 Chico foi um dos seis titulares que o Vasco forneceu à seleção brasileira, marcando quatro gols.
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EDMUNDO
Edmundo Alves de Souza Neto
Posição: Atacante
Período: 1992, 1996 a 1997 e 1999
Em 1991, um garoto fez um golaço no Maracanã, em um jogo de juniores. O Vasco vencia o Botafogo por 2x1 e Edmundo, aos 20 anos, saiu da intermediária, driblou os marcadores, o goleiro e marcou o terceiro gol do Vasco. Foi aplaudido de pé pela imensa torcida vascaína que já lotava o lado direito das especiais do Maracanã. Talentoso, irreverente e provocador, foi considerado por muitos um segundo Almir. Após um ano como profissional foi vendido para o Palmeiras, onde continuou jogando muita bola e arrumando muitas confusões, dentro e fora dos gramados.
Foi recontratado em 1996 para desempenhar o papel de principal jogador do elenco e não decepcionou. No primeiro jogo contra o Flamengo não fez por menos, marcou logo 3 gols, numa atuação de gala, e o Vasco venceu por 4x1. Em 1997, no campeonato brasileiro, quebrou dois recordes, sendo o maior artilheiro de um campeonato brasileiro com 29 gols e marcando 6 gols em uma só partida, contra o União São João de Araras.
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FAUSTO
Fausto dos Santos
Posição: Centro-médio
Período: 1928 a 1931 e 1933 a 1934
Foi batizado pela crônica esportiva uruguaia de a "Maravilha Negra. Essa referência especial se deveu à sua brilhante atuação na Copa do Mundo de 1930 naquele país. Pode ser considerado o primeiro craque de uma escola brasileira de jogadores de meio de campo, com seu estilo elegante de matadas no peito, excelente controle de bola e passes longos e milimétricos. Tinha, também, uma coragem de leão e jamais bricava em serviço, sendo vigoroso na liderança dos companheiros.
Fausto acabou se transferindo para a Europa onde ganhou muito dinheiro, mas gastou tudo na vida boemia, talvez compensando a discriminação racial e social que sofria.
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IPOJUCAN
Ipujucan Lins de Araújo
Posição: Meia-atacante
Período: 1941 a 1954
Um jogador de estatura fora do comum para a sua época, 1,90m que não lhe impedia de ser um meia-atacante habilidoso e criativo. Ipojucan era comparado por muitos a um malabarista com a bola. Seus dribles de efeito, lançamentos criativos e passes de calcanhar eram fantásticos e, graças a essa sua habilidade fora do comum, Ademir marcou dezenas de gols.
Arredio, de temperamento difícil, Ipojucan não gostava de treinar. Na final de 1950, quando era disputado o primeiro título de campeão estadual da Era Maracanã. A conquista vascaína ficou carimbada quando o fantástico jogador, caído pela direita, deu um passe magistral para Ademir marcar o segundo gol do Vasco em cima do América, o gol do título.
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ORLANDO PEÇANHA
Orlando Peçanha de Carvalho
Posição: Quarto-zagueiro
Período: 1955 a 1960 e 1969
Um craque revelado nas divisões de base do Clube, tendo como características fundamentais a atecipação perfeita e a tranquilidade para sair jogando. Um zagueiro de muita habilidade. Orlando sempre esbanjou firmeza, formando com Bellini uma das mais famosas duplas de zagueiros da história do Vasco.
Foi campeão jogando ao lado do companheiro na Copa do Mundo de 1958, tendo integrado, ainda, a seleção brasileira nas Copas de 1962 e 1966. Deixou o Vasco contratado pelo Boca Juniors e, na Argentina, a crônica o apelidou de "O Senhor do Futebol". Voltou ao Brasil para jogar ao lado de Pelé no Santos, retornando ao Vasco para encerrar a sua carreira no ano de 1969.
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PASCHOAL
Paschoal Silva Cinelli
Posição: Ponta direita
Período: 1922 a 1932
Se um jogador foi símbolo dos primeiros anos da história do Vasco, foi Paschoal. Descoberto nas peladas do cais do porto, foi escalado a contragosto na ponta direita pelo técnico uruguaio Ramón Platero, em 1922, ainda na segunda divisão. Nessa posição, Paschoal, apelidado Trem de Luxo, pela sua extrema velocidade, ajudou o Vasco a conquistar seus primeiros títulos. Na realidade, foi o primeiro goleador do Vasco. Durante dez anos seguidos foi titular absoluto da ponta direita do Vasco e das seleções carioca e brasileira.
Paschoal pertencia, com orgulho, a uma geração que amava o clube. Pelo resto de sua vida, trabalhou com o mesmo amor pelas sagradas cores do Vasco da Gama, razão maior da sua vida. Com mais de 80 anos, continuava integrado ao Vasco, ensinando garotos que sonhavam um dia representar o Vasco tal como ele.
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ROBERTO DINAMITE
Carlos Roberto de Oliveira
Posição: Centroavante
Período: 1971 a 1979, 1980 a 1988 e 1990 a 1992
O maior artilheiro, até o momento, da história do Vasco, tendo marcado 698 gols vestindo a camisa do Clube, em um total de 744 gols na carreira. A sua marca registrada ficou selada com o apelido de Roberto Dinamite, que recebeu do jornalista Aparício Pires do Jornal dos Sports, após marcar um golaço que marcou a sua estréia na equipe profissional contra o Internacional, em 1971.
Revelado nas divisões de base do Clube como um centroavante tipicamente trombador, com porte físico e 1,86m de altura, Roberto foi aperfeiçoando sua técnica ao longo do tempo. A qualificação magistral foi completada em 1979 sob a direção de Oto Glória que o transformou em um atacante moderno, de mobilidade, capaz de sair da área para distribuir passes e executar tabelas. Além de "matador" Roberto era capaz de jogadas de habilidade e alta técnica.
Apesar de todas essas qualidades, técnicos da seleção brasileira lhe negaram a chance de alcançar a projeção internacional que merecia, tendo sido freqüentemente preterido em favor de centroavantes menos qualificados como na Copa de 1982, quando o técnico Telê Santana preferiu escalar Serginho Chulapa no seu lugar. Apesar dessa "perseguição", Roberto marcou 26 gols em 53 jogos pela seleção, alcançando a maior média de gols entre os atacantes seus contemporâneos. Na Copa de 1978, após amargar a reserva, foi colocado em campo pelo treinador Cláudio Coutinho classificando o Brasil com um histórico gol contra a Áustria, tendo terminado a Copa como co-artilheiro do time com 3 gols.
Atualmente Roberto possui um recorde que dificilmente será quebrado, o de maior goleador de todos os campeonatos brasileiros.
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ROMARIO
Romário de Souza Faria
Posição: Atacante
Período: 1985 a 1988 e 2000 a ...
Revelado pelas divisoes de base do clube, onde se tornou artilheiro dos campeonatos de todas as categorias e campeao de quase todas elas, tendo marcado, até sua saida em 1988, 166 gols em 301 jogos, sendo que 116 dos gols foram marcados em 196 jogos pela equipe profissional. Formou com Roberto uma das duplas mais eficientes que já militaram no futebol carioca. Atacante habilidoso, de incrivel explosao, bom toque de bola e ótima impulsão, mesmo tendo baixa estatura (1,68m). É sempre um perigo constante, apesar de muitas vezes parecer desligado da partida. Depois de chegar à seleção em 87, foi vendido no ano seguinte, após o Vasco conquistar o bicampeonato carioca, para o PSV Eindhoven e continuou sendo artilheiro por todos os clubes e seleções das quais participou. Sua carreira culminou com o tetracampeonato mundial de 94 e o prêmio de melhor jogador da Copa.
Romário voltou ao Vasco no finalzinho de 1999 e fez sua re-estréia oficial em janeiro de 2000, no Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, do qual terminou co-artilheiro com três gols em quatro jogos. Atingiu a marca de 700 gols na sua carreira na primeira partida do Torneio-Rio São Paulo 2000, contra o Palmeiras, em São Januario. No mesmo ano, o "Baixinho" foi o protagonista da Virada do Milênio. Com três gols, Romário ajudou o Vasco a vencer o Palmeiras por 4x3 e conquistar o título da Copa Mercosul. Além disso, o eterno camisa 11 levou o Gigante da Colina ao tetracampeonato brasileiro com um gol marcado em cada jogo das finais contra o São Caetano: o do empate em São Paulo (1x1) e o terceiro gol na vitória por 3x1 na partida de volta no Maracanã.
Mas foi no dia 20 de maio de 2007 que Romário galgou mais um importante degrau em sua vida. Na partida contra o Sport Recife pelo Campeonato Brasileiro, em São Januário, o "Baixinho" teve frieza para converter com categoria uma cobrança de pênalti e completar 1.000 gols na carreira de jogador de futebol, marca até então alcançada somente por Pelé.
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SABARÁ
Onofre Anacleto de Souza
Posição: Ponta direita
Período: 1952 a 1964
Numa epoca em que o futebol brasileiro era prodigo de grandes pontas-direitas, Sabara' foi um dos melhores pontas do pais. Alem de atacar e chutar como poucos, defendia com a mesma eficiencia. Era daqueles jogadores que davam alma ao time e nao hesitava dar bronca quando seu companheiros mereciam, naquele seu linguajar caracteristico: "Suas mulherzinhas, como e' que deixam aquele pequeninho (Baba' do Flamengo) cabecear na frente de voces?".
Durante doze anos Sabara' foi um dos jogadores mais populares entre os torcedores do Vasco e talvez o jogador que mais se identificava com a camisa cruzmaltina. Depois de Roberto, foi o jogador que mais vezes a vestiu. Mas tambem houve o final de carreira. Ele foi obrigado a encerra-la na Portuguesa carioca, para onde foi transferido juntamente com seu compadre Laerte, apos uma reformulacao no plantel vascaino. Magoados, eles esperaram ansiosamente o dia de enfrentar o Vasco. Dirigida por Gentil Cardoso, a Portuguesa venceu por 2x1.
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VAVÁ
Edvaldo Izídio Neto
Posição: Centroavante
Período: 1952 a 1958
Ao vir do Sport Club Recife para o Vasco, ainda garoto, Vavá era meia-esquerda, tipo preparador, de entregar a bola. Flavio Costa foi quem mudou sua posição e suas caracteristicas. Jogando na área, se destacou por unir a técnica à valentia. No ano de 52, foi campeao brasileiro de amadores, campeão carioca amador e titular da seleção olimpica.
Pouca gente sabe, mas o gol que acabou sendo o do titulo carioca de 52 para o Vasco foi marcado por Vavá. O Vasco, já na bica para ser campeão, enfrentava o Bangu pela penúltima rodada, desfalcado de alguns titulares, e o garoto Vavá foi escalado. O Vasco venceu por 2x1, e o gol da vitoria foi dele. No dia seguinte, houve um Fla x Flu que terminou empatado, resultado que deu o título antecipado ao Vasco. Pelo Vasco, Vavá ainda conquistou o campeonato de 56 e o Rio-São Paulo de 58, tendo ainda participado dos jogos iniciais do campeonato carioca daquele ano, quando foi então vendido ao Atlético de Madrid.
Como goleador do Vasco e da seleção carioca, Vavá chegou a selecao brasileira, participando efetivamente do bicampeonato mundial de 58 e 62 (já de volta da Espanha para o Palmeiras), tendo merecido o apelido de Leão da Copa. Ele marcou 5 gols na Copa de 58 e 4 na de 62, quando foi um dos co-artilheiros da competição.

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